14º Caderno

Terreiro de Compositores

14º Caderno

Em nosso 14º caderno, vem recheado de sambas que fazem parte de nossa história, sambas de sucessos como “Auto Custo (Vagner Donelle | Dodô Andrade | Mauricio Prince), Fatalidade (Lão Gomes | Nei Ribeiro), No tempo de Vovó (Juninho Velha Guarda | Yuri Dinalli), O Samba e a Dona Onça (Thiago Fagundes | Juninho Velha Guarda), Penitência (Raquel Freitas | Lua Cristina | MC Souto), Profecia (Lua Cristina), Vaidosa Guerreira (Juninho Velha Guarda | Ricardo Raiz)".

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Sambas do 14º Caderno

Terreiro de Compositores
Fatalidade (Lão Gomes | Nei Ribeiro)

Tom: Bm (Sí Menor)

Eu não tinha o que fazer
Era atirar ou morrer

Noite sem lua
Patrulha na rua
Começa o meu padecer
Era atirar ou morrer

No radio chamava
Assalto em andamento
Ao chegar no local
Bala rasgava o vento

Ai meu Deus
Triste de mais
Um auta patente
Mais um baleado
No outro lado, caído um mascarado
Me aproximei coração doeu
Nos meus braços, ali no chão implorando perdão
O ladrão...
Era o meu filho Eliseo

Lão Gomes
Nei Ribeiro
Nei Ribeiro
Nei Ribeiro

Terreiro de Compositores
Penitência (Raquel Freitas | Souto MC | Lua Cristina)

Tom: Am (Lá Menor)

No Silêncio no escuro da cela
Sem fogo, sem folga e sem vela

Banhada de frio e culpa
O Vazio aqui me ocupa
Fez mora no tempo no de jaz
Das grades atrás

Família, um eterno abandono
Um só corpo de tantos donos
Esperança que o tempo desfaz
No soluço fulgas

Me afaga o terror e as trevas
O cansaço e a falta de paz
Quanto tempo já faz?
Não contei, já nem sei mais.

Raquel Freitas
Raquel Freitas
Souto MC
Souto MC
Lua Cristina
Lua Cristina

Terreiro de Compositores
Minha Vila, Minha Vida (Tio Carlinhos | Sandro)

Tom: F (Fá Maior)

Antigamente em um tempo que passou
Vovó botava nossa roupa pra quarar (2x)
Quarar, quarar, bota roupa pra quarar
Vovó, vovó, bota roupa pra quarar

De manhã ainda cedinho
Pro galo acordar
Mexendo as panelas
Bota lenha pra queimar
Cheiro de café fresquinho
Na caneca e no altar
São Benedito vovozinho
Santas Almas adorar.

Vovó, vovó
Bota a roupa pra quarar
Quarar, vovó
Bota a roupa pra quarar

Mão forte e pesada
Pila o arroz pra alimentar
Carne de lata de banha
Esquenta o tacho pra fritar
Chuleando a camisa
Sopra o ferro de passar
Hoje é dia de missa
Põe roupa de passear

Vovó, vovó
Bota a roupa pra quarar
Quarar, vovó
Bota a roupa pra quarar

Juninho Velha Guarda
Juninho Velha Guarda
Yuri Dinalli
Yuri Dinalli

Terreiro de Compositores
Feito Maré (Thiago Nunes | Jorge Sargento)

Tom: F (Fá maior)

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A saudade me pega de jeito
Desajeitando...
Minha emoção
Meu coração
Vai ficando tão carente
Vermelhando em minha mente
A recordação

Esse amor que vai vem
Vem sem saber o que quer
Esse amor que vem e que vai
Vai sem motivo qualquer
Quando vem me dar um carinho
Alimenta a minha ilusão
Quando vai me deixa perdido
Girando que nem pião

Feito Maré
Esse amor chega perto, mais volta
Me agarra e depois solta
Me deixando em desalinho
Eu fico assim
Lamentando num pranto sozinho
Que no lugar de carinho
Vem a indecisão

Thiago Nunes
Thiago Nunes
Jorge Sargento
Jorge Sargento

Terreiro de Compositores
Mas Sem Me Embriagar (Rodrigo Alves)

Tom: D (Ré Maior)

A madrugada estou de volta....

A madrugada estou de volta,
Não sei porque dela eu parti
Parti em disparada
Mas agora quero ser feliz

O acalanto do seu lar
Confesso me fez bem
Sempre perfume pelo ar
Ao céus eu levitei
Mas não poderia imaginar
Que ta alegria,
Se transformaria
Em desamor,
A quem
Queria carinho
Eu te dei
Queria magia
Cantei
Queria presença
Fiquei
Mas desamor
Jamais aceitarei

Eu quero é paz
Não vou ficar
Com essa dor pra mim
Esta saudade vai chegar ao fim
Eu vou cair no samba sem rancor

Meu peito vai
A trás da cura que é o novo amor
E um bom vinho para aliviar
Mas sem me embriagar

Zé Digão
Zé Digão

Terreiro de Compositores
Doce Ilusão (Victor Chagas)

Tom: D (ré maior)

Quando você foi embora eu chorei
Chorei, eu chorei demais
Não teve pena do meu coração
Doce ilusão que hoje descansa em paz

Não pude suportar
Tamanha dor da ingratidão
A desilusão veio ensinar
Pra não mais penar
Por um falso amor
Mandei a dor embora
E agora eu só quero
É me encontrar
Seguir cantando noite e dia
Pra alegria nunca mais
Me abandonar
E se pintar desilusão
No coração
Eu juro, dessa vez não vou chorar

Victor Chagas
Victor Chagas

Terreiro de Compositores
O Samba e a Dona Onça (Thiago Fagundes | Juninho Velha Guarda)

Tom: Bb (Si Bemol Maior)

É que eu fui num samba com a rapaziada
Quase que o bicho pegou
Quando eu cheguei lá em casa
Dona Onça me expulsou

Quanto mais a hora passava
Mais zangada ficava a Patroa
Voltei correndo logo pra casa
Assustado igual velha em canoa
Sorrateiro no pé de meia
Cachorro latiu causando alvoroço
Vou dormir é no sereno
Bem quietinho igual água de poço.

Minha Preta ficou muito brava
Quando viu a hora que eu cheguei
Olhou pro relógio e logo me disse
Que não voltasse da próxima vez
Sem argumento fui logo pra cama
Pra desavença não aumentar
Mesmo assim não adiantou
A Nêga me expulsou e eu fui pro sofá

Thiago Fagundes
Thiago Fagundes
Juninho Velha Guarda
Juninho Velha Guarda

Terreiro de Compositores
Lua Alta (Mauricio Prince | Yuri Dinalli)

Tom: E (Mi Maior)

Brilhou, mais brilhou
Lua alta em cima do mar,
É maré cheia
Forte onda vai quebrar na areia (2x)

Luarê,
O clarão agitou o gigante bravio
Ventania soprou derrubando as folhas
Enfeitando as velas do navio
Ouvi dizer,
Que a calunga pertence à grande rainha
E quem a presenteia recebe de volta
Sete pares de concha para abençoar

Luará,
Quem dera essa deusa me desse o agô
De um amor cativante a me a bençoar
Com a leveza das aguas de São Salvador
Ouvi falar
Que o espinho das rosas é como peneira
Separando de fato o joio do trigo
Quem supera as feridas conquista a sereia

Mauricio Prince
Mauricio Prince
Yuri Dinalli
Yuri Dinalli

Terreiro de Compositores
Profecia (Lua Cristina)

Tom: G (Sol Maior)

Eu to pra ver quem vai apagar o meu candeeiro
Não ouse zombar das forças que ronda o meu terreiro
Se eu pagar pra ver devedor vai pagar o seu malfeito
E quando notar o danado do azar já pegou de jeito (2x)

Não vou maldizer,
Nem vou maltratar
A má intenção se percebe é no jeito do olho olhar
Quando o sol nascer
E anoite findar
A luz que alumia minha vida e caminho há de te cegar

A luz que alumia minha vida e caminho
Não me desampara, nunca estou sozinho

Meu corpo não teme a mal nenhum
Minha força é forjada no ferro de meu pai Ogum (2x)

Lua Cristina
Lua Cristina

Terreiro de Compositores
Aí que dó que deu (Dodô Andrade | Billy da Nove)

Tom: D (Ré Maior)

Ai que dó que deu
Ai que dó que dá (2x)

Ironizei ao saber que voltastes
Ao nosso velho bar
E que te viram bebendo
No mesmo
Na mesma mesa chorando
Na companhia da Dona Tristeza

Ai que dó que deu
Ai que dó que dá (2x)

É consciência do destino, logo imaginei
Chorar justamente
Onde por ti eu chorei
Quando olhaste em meus olhos
Dizendo que ia partir
E que eu guardasse da nossa lembrança
O nosso velho botequim
Sobrevivi e agora vivo
A cantarolar

Dodô Andrade
Dodô Andrade
Billy da Nove
Billy da Nove

Terreiro de Compositores
Alto Custo (Vagner Donelli | Dodô Andrade | Mauricio Prince)

Tom: Dm (Ré Menor)

Se chove pouco fica muito caro
Se chove muito, muito caro fica
Fica mais caro no frio
Bem mais caro no calor
E o povo chora feito uma cuíca
Num samba dolente sofredor
É fato raro que é caro
Fica mais barato ao nosso favor

Não é barato pra chegar de carro
Também é caro pra ir de busão
Pra ir na sola não ficou barato
Pois não há mais sapato n liquidação

Se aposentar
Para o nosso povo fica caro
Mais o barato fica para o patrão
Que não sabe como custa caro
Trazer do batente o leite e o pão

E até o samba
Que era mó barato
Já está sentindo a resseção
Malemá risca a faca no prato
E o povo economiza
Até palma de mão

Vagner Donelli
Vagner Donelli
Dodô Andrade
Dodô Andrade
Mauricio Prince
Mauricio Prince

Terreiro de Compositores
Retroceder (Ricardinho Olaria | Toinho Melodia)

Tom:

Retroceder...
Retroceder eu faria assim
Pra que o nosso amor não chegasse ao fim
Confesso a ti mudaria
Seria melhor do que já fui um dia
Lealdade em meu proceder
Pra novamente tentar outra vez

Sei que fui tolo,
Um vadio muito louco,
A minha casa era os botequins, botequins
A cada gole,
A melodia se criava
Enfeitiçado eu ficava
Quando ouvia a batucada

Sou réu confesso... laraiá
Meu vício não nego... laraiá
Porem eu espero... laraiá
Que entenda meu novo querer
Só vou para o samba
Se for com você... Meu amor

Ricardinho Olária
Ricardinho Olária
Toinho Melodia
Toinho Melodia

Terreiro de Compositores
Alegria de Viver (Rica Olária)

Tom: D (Ré Maior)

Estar com os amigos
É sempre um prazer
Nas derrotas, nas conquistas,
Essa é a alegria de viver

No boteco da esquina
Depois do trabalho, no samba ou na reza
Sorrisos se alastram
Contemplando o amigo que se preza
Brindando sem vaidade, a solidariedade
E seguindo a luta
Com amor e respeito
Feliz é aquele que dessa amizade desfruta

Estar com os amigos
É sempre um prazer
Nas derrotas, nas conquistas,
Essa é a alegria de viver

Um parceiro pediu um ombro amigo
Pra chorar situação mal resolvida
Partimos direto pro bar
Aprender a filosofia da vida
Aprendi que não é só de flores
Tem seus dissabores mas temos que crer
Amarmos uns aos outros
E a tristeza pra sempre ira fenecer

Rica Olária
Rica Olária