10º Caderno
Mantendo a qualidade nosso 10º caderno, vem recheado de sambas que fazem parte de nossa história, sambas de sucessos como “Bem Querer (Lão Gomes), Lágrimas (Serginho Jabaquara), Verdade Mentira (Glauber Oliveira | Maurinho Ribeiro | Renatinho Sanches), Ela Causa Conflito (Vagner Donelli | Ronny King), Arapuca (Antonio Carlos Magrão | Nei Ribeiro), Valores Trocados (Edson Junior | Maurinho Ribeiro), Relatos (Dema de Oliveira | Maurinho Ribeiro), Profano (Deley Antonelli | Emerson Urso | Rica do Olaria), Aniversário do Maradona (Jemerson Moura | Maurinho Ribeiro), Vê se Não Chora (Thiago Nunes | Sid Viana), Distribuir Felicidade (Rodrigo Alves), Morada D’ Oxum (Giovani Felizate | Yuri Dinalli)".
Sambas do 10º Caderno
Terreiro de Compositores
Ingratidão (Dodô Andrade | Peterson Lima)
Tom:
Outra vez amar juro que não
Não mais pretendo entregar meu coração
O meu viver é solidão é nostalgia
Foi por amar que eu perdi minha alegria
Se eu arranjasse um novo amor
Não acredito que esta dor
Chegaria ao fim
O que passou, passou
Não penso ser assim
Infelizmente não passou pra mim
Outra vez amar...
A minha história de amor é tão inglória
Não cantei vitória
Chorei ingratidão
Como esquecer quem não me quis
Se no meu peito a cicatriz
É a marca triste da desilusão
Sonhei enfim viver feliz
Perdido vi um grande amor
Em meu jardim
Eu não desejo uma nova flor
Terreiro de Compositores
Bem Querer (Lão Gomes)
Tom:
Outrora... conheci bela menina
Ela... se tornou meu bem querer
Amei, ainda amo, sou feliz
Vivendo ao lado da mulher que eu sempre quis
Generosa Rosa... que lhe concebeu
O amor agradece eternamente, por tão generoso presente
Nosso amor é um vinho envelhecido, bem melhor
É o céu, o infinito bem maior
É paixão, aconchego e carinho
Meu maior prazer é ter você, nos meus braços em nosso ninho
Adormecer, sonhar seus sonhos
Despertar com ternura e alegria
Ao ver seus lábios se abrindo sorrindo, me desejando bom dia
Bom dia, meu bem querer, o dia está lindo
Meu jardim florido, a flor mais bela é você
Terreiro de Compositores
Lágrimas (Serginho Jabaquara)
Tom:
Chorei, mas eu chorei, porque tinha que chorar
Desabafar, aliviar meu interior
Sofri e confesso ainda vivo a sofrer
Dizem o poeta por três vezes há de sofrer
Por que, eu pergunto por que tanto penar
E o que fazer para acalmar meu ser
Vem a noite, vai-se o dia
Que agonia, preciso me encontrar
Tenho sua ausência como companhia
Sem você é triste a caminhada
Sem você a vida parece não ter razão,
É como se tudo fosse escuridão
Lágrimas, lágrimas, não consigo conter
Descem de meus olhos, parecendo não ter fim
Lágrimas, lágrimas, minha boca delas provou
O sabor era o de seu rosto quando por mim chorou
Terreiro de Compositores
Verdade Mentira (Glauber Oliveira | Maurinho Ribeiro | Renatinho Sanches)
Tom:
Verdade mentira, eu só acredito se
eu ver Mentira verdade e só vacila quem
paga pra ver Verdade mentira já virou a maior confusão
Pra saber quem está certo na briga
Tire você mesmo sua conclusão
A verdade disse pra mentira pra ela parar de mentir de verdade
A mentira em defesa falou que a verdade morria se ela parasse
A verdade numa hora errada se torna mentira e também falsidade
E a mentira numa hora certa finalmente acaba tornando verdade
A mentira dita varias vezes pode transformar-se em plena verdade
E a verdade omitida é mentira porque omissão não condiz com amizade
A verdade é uma polaridade que unida á mentira gera a ambiguidade
Se não houvesse mentira na vida ninguém saberia quem diz a verdade
A verdade no morro é bem vinda enquanto a mentira no asfalto é exaltada
Mentiras que viram verdade resultam em covardes de terno e gravata
A Verdade é que o bom mentiroso pratica a verdade sem honestidade
Já vi gente viver na mentira e dizer veemente que vive a verdade
A verdade é que adversidade faz com que a verdade interaja a mentira
Porque uma vive junto à outra, apesar de elas serem bastante distintas
Me responda na sinceridade se o dito é verdade eu quero saber
A mentira ela tem perna curta mas passa rasteira em mim e em você
Terreiro de Compositores
Ela Causa Conflito (Vagner Donelli | Ronny King)
Tom:
Ela causa conflito
E faz um rebuliço
Quando chega no samba sinhá
Ela é toda dengosa, preta mais que formosa
Fez o morro balançar
Já fez malandro chorar
Já fez malandro sorrir
Quem caiu, levantar
Fez milionário falir
Ela manda na situação
Ninguém manda em seu coração
Por ela já teve Maria que virou João
Fez o padre fugir da capela
Ao ouvir sua confissão
Um galã de novela subiu na favela
De joelhos pediu sua mão
Fez a Estação Primeira atravessar a marcação
Terreiro de Compositores
Patota Reunida (Giba)
Tom:
Podem deixar avisada a favela
Que hoje vai ter batucada no terreiro
Tragam os tamborins
A cuíca e o pandeiro
Que a carne está cortada
E a cerveja bem gelada
Malandro é o que não vai faltar nessa roda
Cabrochas de grande valor no seu cantar
Avisa o partideiro pra afiar a sua rima
Que hoje o nosso samba vai esquentar
E quem vier
Que tenha disposição
Que a prosa não tem hora pra acabar
É só rezar pra polícia não chegar
Toda a patota estará reunida
E o que não vai faltar é a cachaça pra molhar
Terreiro de Compositores
Arapuca (Antonio Carlos Magrão | Nei Ribeiro)
Tom:
Oram vejam vocês como dei muita sorte
Se eu não corcoveasse seria o meu fim
Tudo aconteceu em uma sexta feira
Em que quase virei peneira lá pras bandas do Itaim
A convite de um velho camarada
Que a tempos me chamava a um samba que tinha por lá
Esse parceiro vocês sabem até quem é
Muitos o chamam de Dedé e eu não podia recusar
Breque
Amizade de longa data a gente tem que preservar!
Fui cedo ao Nelson e dei um “tapa” no penteado
Lustrei bem o meu sapato, calça de linho Panamá
Cordão de ouro, camisa de seda pura e um perfuminho da Natura
Só pras crioulas impressionar
Chegando as samba quase não acreditei
Por pouco não desmaiei ao contemplar aquela imagem
Roda formada, muita cerveja na mesa
E Vitorino sorridente cercado da malandragem
Breque
Contando ninguém acredita, até parece sacanagem!
Refeito o susto, tomando minha “cangibrina”
“Sapeando” as meninas, eis que surge Leonor
Mulata bela, sambando é a mais faceira
Foi aí que dei bobeira e coloquei-me ao seu dispor
Eu empolgado pensando estar “abafando”
Mas da boca dos amigos fiquei sabendo a verdade
Que a mulata era mulher de um tal Francisco
Na “quebrada” conhecido como tal Chico Maldade
Breque
Dizem até que abastecia o Cemitério da Saudade!
Vi no semblante dos amigos que me olhavam
A cada instante que passava aumentar a apreensão
Pois o boato que “rolava” no momento
É que o dito elemento já se encontrava no portão
Negro valente, veio armado até os dentes
E eu pensando em argumentos pra poder me desculpar
Mas o Crioulo invocado e ignorante
Nem mesmo por um instante me deixava retratar
Breque
Mas o final dessa história eu não quero nem lembrar
Leonor nega danada que gostava de aprontar
Quase paguei por mais de cem
Mas isso aí deixa pra lá!
Terreiro de Compositores
Mexe as Cadeiras (Kléber Simões | Valter Silva)
Tom:
Oh! Batuca com a palma da mão
No dorso de uma coité
Batuca o pandeiro João
Firma essa curimba José
Olha a saia rodada da moça
Girando pra lá e pra cá
Deixa o nego de queixo caído
Sua ginga é de enfeitiçar
No balaio do seu rebolado
Quem não se embola até pode cair
Mexe as cadeiras neguinha
Vem pro samba pra se distrair
Preciso do seu carinho
Não vejo a hora de acontecer
Estou com muita sede
Nessa fonte gostosa de amor e prazer
Abelha que faz o mel
Vou ficar noite inteira até provar
Mexe as cadeiras neguinha
Desse doce vou me lambuzar
Terreiro de Compositores
Traços de Flor (Peterson Lima)
Tom:
Há de ser nosso amor
Lindo, forte, romântico
Que tenha traços de flor
Livre, doce, autêntico
Lírico avassalador
De aroma singular
Generoso no sabor
Jeito peculiar
Pra inspirar meu lado compositor
E ressaltar que Deus
Vai me fazer feliz
Preparar momentos bons
Apesar das tempestades
Vai me fazer feliz
Mostrar que tudo tem seu tempo
Entre alegrias e tormentos
Só não vale é perder a fé
Terreiro de Compositores
Valores Trocados (Edson Junior | Maurinho Ribeiro)
Tom:
Os valores estão trocados
Dona Chica se assustou
Ela ficou espantada
Com a surra que o gato do rato levou
Pela lei o felino é o gato
E o rato ele é roedor
Quase sempre entre briga de gato
O rato saía como perdedor
Mas aconteceu o inverso
Por isso que houve a inversão dos valores
Teve um arranca rabo
Entre o gato e rato
E os dois se pegou
O rato rosnava pro gato
Igualzinho a cão bravo
O Gatinho estranhou
Eu não sei o que aconteceu
O gatinho correu miando de terror
Dona Chica ao ouvir um miado
Correu no quintal com seus olhos viu
Um gato todo arrepiado
Acuado sentindo medo e calafrio
Ela deu foi um salto de susto
Quando para o gato o ratinho latiu
Terreiro de Compositores
Meu Samba (Deley Antonelli | Anderson Alves)
Tom:
Quero sentir em minhas veias
A poesia me invadir
Contra a inveja e a vaidade
Meus versos irão colidir
Meu samba é como a fé
Que move montanhas
Tem poder transformador
Repleto de encantos e magias
Me aproxima de Deus
E me enche de amor
Meu samba é mesmo capaz
De muitas façanhas
Me traz paz, ele é eficaz
Sempre me acompanha
No panteão dos poetas
Nos torna imortais
Traz calma pra alma
E cura os meus ais
Meu samba é forte, traz sorte
É como amuleto de Oxumaré
É de alta patente, é quente
Como tempero de acarajé
Meu samba é da vida um relato
Minha luz, meu próprio retrato
É ele quem me conduz nesse meu caminhar
Terreiro de Compositores
Presente ao Compositor (Osni Gonçalves | Anderson Santos)
Tom:
Mas quando!
Mas quando me vem você, em forma de
inspiração
Surge bem reluzente, alegra meu coração
Bem mais que gratificante, é obra divina que suspira o amor
Você é o nascimento, presente de Deus pro compositor
Você é o nascimento, presente de Deus pro compositor
Vem meu samba!
Vem meu samba com cavaco, cuíca, tamborim e pandeiro
Violão sete cordas, meu fiel companheiro
Dividindo comigo tamanha emoção
Vem meu samba, és a luz que ilumina meu ser e minha alma
És refúgio que tanto se acalma, bate em teu compasso em meu coração
Terreiro de Compositores
Dividendos do Casório (Dinho Pinheiro)
Tom:
Pra nos casar... Fiz de tudo o que podia
O que a nega mais queria... era selar nossa união
Catei latinha, vendi papelão, fui camelô no trem
Mas comprei o seu belo vestido e meu terno também
Aluguei aquela igreja lá no Itaim
Convoquei toda imprensa para ouvir o SIM
Chamei tio, madrinha, padrinho, avó, vizinha e irmão
Até uma velha amiga de estimação
Mas na hora da recepção a confusão foi geral
Minha sogra de tanto comer estava passando mal
Meu cunhado que é meio estranho dizem os maus comentários
Logo no meu casamento saiu do armário
O meu sogro não é de beber, isso me causa espanto
Pegou minha bela vizinha e foi logo pro canto
O que dá pra explicar, é que a festa teve fim
E a conta desse fuzuê sobrou toda pra mim
Terreiro de Compositores
Relatos (Dema de Oliveira | Maurinho Ribeiro)
Tom:
Relatos da nossa história de amor
São coisas que o tempo não pode apagar
Às vezes me pego pensando em você
Mas na verdade um bem querer é difícil de esquecer
Na verdade um bem querer é difícil de esquecer
Na verdade um bem querer é difícil de esquecer
Às vezes me flagro, lembrando daqueles momentos
Às vezes chego até chorar quando escuto a canção
Logo num ato repentino tino masculino devolve a razão
E junta a força que ainda resta, pra não mais sofrer com a sua decisão
Relatos da nossa história de amor
São coisas que o tempo não pode apagar
Às vezes me pego pensando em você
Mas na verdade um bem querer é difícil de esquecer
Na verdade um bem querer é difícil de esquecer
Na verdade um bem querer é difícil de esquecer
Foi bom, foi marcante, foi forte até quando durou
Foi triste quando houve o fim da nossa união
Por mais que passei do limite, meu ser ainda insiste em lhe pedir perdão
Num vago deslize acredite gerei o desquite e a separação
Terreiro de Compositores
Poeta (Glauber Oliveira | Renato Sanches)
Tom:
É ele quem dá voz ao meu coração
É ele um profeta em tom de canção
Em qualquer ato nos palcos da vida
Se faz presente pois é natural sua inspiração
Para você trago flores, porque o tenho vivo
Num olhar que clareia onde muitos só viram escuridão
O simples fato de compor, lhe dá o direito
De eternizar tua obra pelo traço do meu violão
Seja no cantar da poesia ou no recitar dos versos teus
A paz que remete me aproxima mais dos braços de Deus
Poeta tens o dom de dar vida ao desenganado
Faz voar para junto de mim teu sentimento alado
Na fogueira das inspirações onde o combustível é o amor
No rastilho de trovas tua faísca me queimou
Terreiro de Compositores
Profano (Deley Antonelli | Emerson Urso | Rica do Olaria)
Tom:
Profano, me chamaste de profano
Profano eu sei que não sou
Falastes que só vivo na orgia
Que o samba é minha teimosia
E que só pra botequim que eu vou
Do samba, sou de fato peregrino
Desde os tempos de menino
No Terreiro da velha preta benzedeira
Vovó me batizou com lindo cântico
Debaixo da branca gameleira
Por isso do samba sou romântico
Romancear, sob gotas de orvalho
Perdão o ato falho
Mas no samba é permitido profanar
Se Deus reenviasse seus mandados
Decretaria que esse é
Um som sagrado
Laiá, lalaiá, laiá, laialá, lalalaiá, laiá, laiá, meu som sagrado
Terreiro de Compositores
Aniversário do Maradona (Jemerson Moura | Maurinho Ribeiro)
Tom:
Vou ficar por aqui
Não vou, não vou
Tenho até vontade de ir
Mais eu digo que não vou
Me chamaram para uma viagem, isso alguns tempos atrás
Eu estava curtindo de boa; ali pelas ruas do Brás
Só gente da melhor qualidade
Só a malandragem responsa
O convite era ir pra Argentina, Aniversário do Maradona
A meta não era dar nenhum presente
E sim trazer com a gente o presente na lona
O problema não está em ir, o problema é a hora de voltar
Não confunda cumpadre trazer, com a ideia de querer levar
Tem Juiz e mais de 10 bandeiras também tira teima só pra te filmar
Na ida a fronteira permite, Na volta é que é ruim de passar
Maradona não dá por aqui; Não queira cumpadre dar Pelé por lá
Vamos bater uma bola e planejar este jogo direito
Vir de volta com carga é perigo
Eu não vou no avião desse jeito
Bem que uns tentam voltar pelo céu, outros tenta trazer pelo sul
Tenho amigo que diz ter trazido, pelo antigo caminho de Peabiru
Enfim prefiro ir na festa do Zico
Do que ser detido na foz do Iguaçu
Terreiro de Compositores
Peço Perdão (Alexandre Paião | Cristiane Gonzaga)
Tom:
Eu não sei compor
Meu Deus do céu, isso é dom
Peço perdão a Xangô e Noel
E ao Paulo Professor...
O samba em meu peito transborda de emoção
E aos velhos bambas me sobra admiração
as eu procuro e não acho a cadência
Pois me falta competência
Pra descrevê-lo em canção
Quem me dera fazer um samba todo envolvente
Que atingisse o coração de toda gente
E que o povo se pusesse a cantar
O amor que eu não sei explicar
Mas eu não sei...
Eu não sei compor
Meu Deus do céu, isso é dom
Peço perdão a Xangô e Noel
E ao Paulo Professor...
Terreiro de Compositores
Sem Novidades (Angelo Celso)
Tom:
Já perdendo a esperança
Sem ninguém pra contar
Segue menino na calçada
Implorando uma migalha para o pão
É sempre um não, atrás de outro não
Sempre a fome aumentando, mas sem solução
É sempre um não, atrás de outro não
O menino assim crescendo, se tornou ladrão
Se o preço é apertar o gatilho por um laticínio
Sem problemas praquele moleque assinar latrocínio
Na corda bamba, mas sem medo pra meter alguns canhão (mole não)
Se a vida ensinou um caminho pra sobreviver, aprendeu a lição...
(sem moleza partiu pra ação)
Terreiro de Compositores
Juras (Mazinho SP | Lobão do Cavaco)
Tom:
Não quero mais saber de juras
Palavras que o tempo leva
Esquecemos nossas amarguras
E nos rendemos a paixão que cega
Nos entregamos sempre ao prazer
Sem compromisso pra não se envolver
Se o caso ficar sério logo vou me esquivar
Pra não sofrer vou me resguardar
Não quero me empolgar
Pra não dar declaração
E nem jurar um amor em vão
Em vão, em vão, pra não ferir o coração
Em vão, em vão, pra não ferir o coração
Terreiro de Compositores
Samba Prece (Maurício Prince)
Tom:
Quando o coração faz molhar meu olhar
Por lembrar de você, faz a mão transpirar
Faz a perna tremer, o joelho dobrar
As costas ceder por não mais suportar
Vou ao violão pra cantarolar
Um samba canção e desafogar toda essa solidão
Aí de novo o corpo estremece
E me pede um samba, é quase uma prece
Então eu vejo o que se procede
Não é só desejo
Escrevo o que o corpo me pede
Quando a minha voz quer denunciar
Os tiranos do mundo pro meu povo ajudar
O punho se fecha, o furor emana
Frases viram flechas e o calmo se zanga
Vou ao violão pra me armar
E fazer da canção
Um refúgio, um grito pra toda nação
Aí de novo a força cresce
E transforma em ordem
O que já foi prece
Então eu vejo o que se procede
Não é só desejo
Escrevo o que o mundo me pede
Terreiro de Compositores
Vê se Não Chora (Thiago Nunes | Sid Viana)
Tom:
Não vê se não chora
Eu vou-me embora esquecer seu falso amor
Vou estrada afora
Levo a viola a poesia me chamou
Diz que me ama (Mentira)
Sei que me engana (Verdade)
Tantas injúrias me fizeram enxergar
Era seu tudo (Mentira)
Hoje é meu nada (Verdade)
Já era tempo de largar você pra lá
Terreiro de Compositores
Distribuir Felicidade (Rodrigo Alves)
Tom:
A realidade é verdade
A redundância é contestar
A dor está à solta e o meu povo tão cansado
De chorar
Mas eu, esta corrente vou quebrar
E em forma de samba vou plantar a felicidade
Por isso quero festejar como se fosse carnaval
Para as crianças deixar um lugar mais legal
Por isso eu quero festejar como se fosse carnaval
Para as crianças deixar um legal
Pois tudo que se planta
Um dia a gente há de ter
A maldade cultivada
Hoje temos que colher
Não quero nem comentar a desonestidade
Que assola o meu povo
Por isso vou distribuir felicidade
Pra deixar um mundo novo
Terreiro de Compositores
Morada D’ Oxum (Giovani Felizate | Yuri Dinalli)
Tom:
Fugido caçador da sua aldeia incendiada
Aimoré, o rei da alvorada
Cacique da sua tribo, Tapuia é quem manda
Sozinho foi buscar Um’Outra Banda
Procurando seus iguais, mesmo sangue, ideais
Foi andando que encontrou a morada de Oxum
Energizou com as águas e lavando suas mágoas
Viu distante algo longe do comum
India de nome Jandira, flecha certeira ela atira
Tiro certo, sem ao menos o alvo mirar
Até parece mentira, forte o caboclo respira
Sentindo no peito um grande palpitar
A luz da lua brilhava, índia desnuda encantada
Trazendo no cheiro, água do amor pra banhar
Presença que enfeitiçava, Aimoré então se lançava
Ao encontro, onde a água estava a quebrar
Na queda da cachoeira, caboclo não marca bobeira
Pé firme, tacape na mão, eu não vou me entregar
Naquela flechada certeira, achou cabocla verdadeira
No seio da mata ouviu-se seu brado ecoar
Na queda da cachoeira, caboclo não marca bobeira
Pé firme, tacape na mão, eu não vou me entregar
Naquela flechada certeira, achou cabocla verdadeira
E aí, Aimoré voltaria a reinar